Se não for agora, quando ?

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Tem hora de parar e tem hora de partir.
Tem hora de permanecer quieto e calado num canto, e tem hora de cantar e de voar.
Agora, agora não é hora de dobrar as asas, nem de calar a voz, nem de catar gravetos para fazer o ninho.
Agora não é hora de sentir remorsos.
Não é hora de buscar consolo, nem de caiar o túmulo.
Agora que estou na beirada, bêbado de alegria e pronto para o salto, não me segure em nome de nada.
Não queira impedir-me dizendo que é muito cedo, ou que é muito tarde, ou que está escuro, é perigoso, muito alto, muito fundo, muito longe …
Não!
Se você não puder incentivar-me para o salto;
se você não puder empurrar-me em direção à Vida, então não me segure.
Não me prenda, nem me amarre.
Não envenene com teu medo a minha dança.
Seja só uma silenciosa testemunha desta vertigem.
Porque agora, agora é hora de voar.
É hora de abrir-me a todas as possibilidades.
E saltar num vôo livre e sem destino para dentro de mim mesmo.

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